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Perfumes e sons do Natal

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Cheiro de natal... Perfume de natal... Você já ouviu esta expressão alguma vez?  Para mim o natal sempre foi especial por causa do perfume que as casas exalam na semana do natal. Quanto mais se aproxima a data de aniversário do menino Jesus, mais forte fica o perfume exalado pelas casas. Sinto cheiro de caramelo no fogo, frutas frescas, carne assada, biscoitos com raspas de limão, rabanada... Ouço os ruídos das pessoas preparando a ceia. Ah como é bom sentir o cheiro das delícias sendo preparadas para comemorar a vinda do Menino. Quando eu era bem pequenina, no interior do Paraná, eu me lembro de uma vizinha que preparava fornadas de biscoitos em forma de pinheiro, estrela, boneco, bola de natal. Ah que cheiro maravilhoso! E a decoração desses biscoitos? Depois de frios ela os decorava com glacê real, uma mistura de açúcar com suco de limão e corante. Ela fazia delicadas flores nas bolinhas, contornava as estrelas com glacê amarelo, rosa, azul... Fazia olhos e bocas nos biscoitos

Você acredita em mundos paralelos?

Eu sempre digo que tive infância em mundos paralelos. A primeira foi no interior do Paraná onde brinquei de subir em árvores e plantar bananeira no galho. Eu ficava dependurada igual a um macaco. Eu tinha um galho de goiabeira que era o meu avião. Subia nele e balançava o mais que podia para poder sentir o vento da liberdade. Eu voava na imaginação enquanto o galho balançava. Nunca nenhum adulto apareceu gritando: "Sai daí menina! O galho pode quebrar e você se machucar!" Quase sempre ao cair da tarde ficávamos “trepados” na cerca (era assim que falávamos: trepar na árvore, trepar no muro) esperando a boiada passar pela rua em frente da nossa casa. Sempre parávamos tudo o que estávamos fazendo para ver a boiada passar. Primeiro vinha o boiadeiro, montado em seu cavalo, tocando o berrante. Logo atrás o gado caminhava ordeiramente, sempre escoltado por boiadeiros que cavalgavam nas laterais para evitar que algum boi (ou vaca) se distraísse e tentasse sair do cortejo, mas

Gostosura ou travessura?

Às vezes eu tenho a impressão de que as crianças de hoje já nascem embaladas à vácuo, enroladas num plástico bolha e sempre com uma extensão acoplada para que em qualquer lugar possa plugar-se na TV, videogame ou internet. Elas não participam da vida, não são protagonistas e sim meros expectadores. Há alguns anos crianças que pulavam, corriam e se machucavam e tinham joelhos ralados, braços quebrados, cortes e arranhões eram consideradas crianças tipicamente saudáveis. Os pais até comentavam com os amigos sobre essas travessuras com certa ponta de orgulho, e claro esses comentários eram feito bem longe das crianças. Acho incrível que alguns brasileiros de plantão fazem festa do Halloween para as crianças. E elas fantasiadas e acompanhadas de um adulto (ou mais) vão de porta em porta empunhando uma sacolinha dizendo: “Gostosura ou travessura?”.  Se o dono da casa diz não ter doces o grupo calmamente vai para a casa seguinte. Grande parte dos condomínios, de médio padrão pra cima,

Olha aí o Maninho e o saco de leite.

Estava eu tranquila em minha sala quando alguém interrompeu meus pensamentos e: - Oi moça. - Tá falando comigo garoto? - To sim. Eu sou o Maninho. Eu li a sua história contando sobre o Neco Peteco carregando sozinho o saco de açúcar. - Ahn sei... E o que achou da história, Maninho? - Bom, quer dizer... Eu acho que ele não andou quilômetros carregando um saco de 5 quilos de açúcar. -  E por que você acha isso Maninho? - Ah, porque a distância entre a casa e o empório não dava mais do que três quarteirões. - E como você sabe disso? - Porque eu sou o Maninho oras... Maninho do Neco. E eu ajudei o Neco Peteco a carregar o saco de açúcar. - Ah entendi. Você é o irmão do Neco. Agora faz sentido. Quer dizer que ele não arrastou o saco sozinho. Você o ajudou? - Bom, se ele carregou sozinho eu não sei. Ele deve ter carregado sim, mas eu me lembro de também ajudar a carregar o saco de açúcar. Oha que era bem pesado.  Ele colocava o saco nas costas e eu ia atrás segurando um
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Neco Peteco e o saco de açúcar. É engraçado como a minha imaginação é rápida e fértil. Uma frase ou uma simples palavra podem me levar à construção de um cenário completo com personagens e toda a riqueza de detalhes que me espanta. Certa vez minha cunhada comentou: - Helô, você conta as coisas de um jeito que a gente entra na história. Parece de verdade. Você devia escrever essas histórias. É claro que eu não cri na conversa da minha cunhada. Até parece que meia dúzia de bobagens proferidas me tornaria uma escritora, mas a verdade é que eu tenho mesmo essa facilidade de criar cenários e histórias em minha cabeça e que raramente  vão para o papel, digo, computador. Certo dia eu estava conversando com meu companheiro sobre as aventuras vividas em nossa infância e as diferenças existentes entre a educação de hoje e da nossa época de pequenos. Em dado momento ele me contou que sua mãe o mandava buscar açúcar no empório e que ele andava quilômetros carregando um saco de cinco

Desejos de Verão

”Concurso Desejos de verão – 2010/2011“ Uma amiga enviou-me um e-mail sobre um concurso de um blog cujo tema era ”Desejos de verão“. Para participar era necessário redigir um texto com até 15 linhas ou 1100 caracteres sobre o tema. A princípio eu não dei bola para o concurso, mas um dia antes da data final resolvi exercitar o meu lado criativo e comecei a pensar (pensamento este com 1100 caracteres) em quais seriam os meus desejos de verão. Descrever em quinze linhas meus desejos de verão é difícil porque são muitos. Acredito ser essa uma dificuldade tipicamente feminina. Eu poderia ser piegas e elencar uma série de desejos do tipo propaganda de supermercado “O que faz você feliz?” E aí resultaria numa série de respostas formatadas e bonitinhas: Tomar um sorvete passeando de mãos dadas com o amado (desejo romântico), andar sob o sol com o meu cachorro, andar de bicicleta, olhar as crianças brincando na praça. Opa, opa, opa! Estou confundindo as coisas. Eu preciso descrever meus de