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Mostrando postagens de novembro, 2011

Você acredita em mundos paralelos?

Eu sempre digo que tive infância em mundos paralelos. A primeira foi no interior do Paraná onde brinquei de subir em árvores e plantar bananeira no galho. Eu ficava dependurada igual a um macaco. Eu tinha um galho de goiabeira que era o meu avião. Subia nele e balançava o mais que podia para poder sentir o vento da liberdade. Eu voava na imaginação enquanto o galho balançava. Nunca nenhum adulto apareceu gritando: "Sai daí menina! O galho pode quebrar e você se machucar!" Quase sempre ao cair da tarde ficávamos “trepados” na cerca (era assim que falávamos: trepar na árvore, trepar no muro) esperando a boiada passar pela rua em frente da nossa casa. Sempre parávamos tudo o que estávamos fazendo para ver a boiada passar. Primeiro vinha o boiadeiro, montado em seu cavalo, tocando o berrante. Logo atrás o gado caminhava ordeiramente, sempre escoltado por boiadeiros que cavalgavam nas laterais para evitar que algum boi (ou vaca) se distraísse e tentasse sair do cortejo, mas

Gostosura ou travessura?

Às vezes eu tenho a impressão de que as crianças de hoje já nascem embaladas à vácuo, enroladas num plástico bolha e sempre com uma extensão acoplada para que em qualquer lugar possa plugar-se na TV, videogame ou internet. Elas não participam da vida, não são protagonistas e sim meros expectadores. Há alguns anos crianças que pulavam, corriam e se machucavam e tinham joelhos ralados, braços quebrados, cortes e arranhões eram consideradas crianças tipicamente saudáveis. Os pais até comentavam com os amigos sobre essas travessuras com certa ponta de orgulho, e claro esses comentários eram feito bem longe das crianças. Acho incrível que alguns brasileiros de plantão fazem festa do Halloween para as crianças. E elas fantasiadas e acompanhadas de um adulto (ou mais) vão de porta em porta empunhando uma sacolinha dizendo: “Gostosura ou travessura?”.  Se o dono da casa diz não ter doces o grupo calmamente vai para a casa seguinte. Grande parte dos condomínios, de médio padrão pra cima,