Sorriso de menina, seu nome é Adelina.

 Sorriso de menina, jeitinho adolescente. Seu nome é Adelina.

Adelina rima com menina e acho que é a melhor palavra para descrevê-la.
Em uma de suas visitas a São Paulo Adelina Menina veio a nossa casa e com seu jeitinho questionador foi logo perguntando há quanto tempo não íamos para o sul.

Desarmados e cobrados face to face fomos visitar Adelina Menina. Fazia um calor infernal, mas ela nos recebeu com um gostoso almoço, mas antes com um delicioso uísque de roda. Sabe o que é uísque de roda? Sabe não? Vou te ensinar. Pegue um copo longo, encha com gelo quase até a borda, abra a sua melhor garrafa de uísque e derrame lentamente no copo quase até cobrir o gelo. Depois leve o copo até a roda de amigos e o copo deve girar até todos sorverem o conteúdo gole a gole. Aprendeu? Ah, um detalhe importante é que o copo não deve parar de passar de mão em mão. Quem segurava o copo por mais tempo levava bronca da Adelina Menina.

Ficamos uma semana na casa de Adelina Menina, de riso frouxo e olhar questionador. Foi uma semana deliciosa, inesquecível. Com Adelina Menina visitamos a cidade Treze Tilias com arquitetura tipicamente austríaca. Lá em Treze Tílias fomos num lugar chamado Minicidade e durante o almoço teve uma apresentação de dança folclórica. Em dado momento o músico avisou que os dançarinos iriam até as mesas escolher pares para dançar no palco.

Enquanto eu e as outras pessoas praticamente entramos embaixo da mesa para não sermos escolhidas a Adelina Menina esticou o braço e puxou o dançarino para levá-la ao palco e ser seu par. E ela dançou e valsou como uma menina cheia de energia deve ser. Comeu, bebeu, dançou como uma menina deve fazer.

Ela também nos levou para conhecer uma cidade de águas termal chamada Piratuba. Na estrada ela dizia com olhinhos brilhantes: Adoro curvas. Eu gosto de estradas cheias de curvas. Quanto mais curvas, mais legal. Andamos pela cidade para conhecermos os hotéis de arquitetura austríaca (ou alemão, sei lá) e comemos no restaurante das termas onde a Adelina Menina fez questão de pagar. Depois fomos olhar lojinhas, mas como era hora do almoço tudo se fechou. As lojas em Santa Catarina fecham na hora do almoço, pelo menos a maioria delas.

Depois fomos para Erechim – RS, cidade natal de meu marido. E lá ela nos apresentou a cidade. O interessante é que a Adelina Menina, não se cansa nem tem medo de nada. Ela vinha no banco de trás do carro conversando alegremente e dando gostosas gargalhadas.

Agora, aqui escrevendo este texto ainda sinto o gosto do seu doce de todos os dias feito no capricho para o menino Juca comer no finzinho da tarde: o Rei Alberto. Ela me ensinou a fazer esse doce, mas ainda não tive coragem de tentar. Eu o chamei de rei Alfredo e ela disparou uma sonora gargalhada.

Ah Adelina menina. Que saudade da sua hospitalidade. Do seu sorriso infantil. Da sua garra e força e do seu exemplo como mulher. Que aos 79 anos parece uma garotinha cheia de energia. Naquela casa não vi arroz integral, nem adoçante ou rótulos de alimentos light ou diet. Eu vi apenas alegria e entusiasmo contagiante.

Comentários

  1. Que coisa linda! Quero ser igual a Adelina Menina!

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  2. Cris, ela é incrível. Uma cabeça melhor que de muita jovem, e uma força, garra, coragem e desprendimento que deixa muita gente com cara de bobo. Ele tem mais pique que eu amiga.

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