A cidade e o tempo
As mulheres cabeça de astronauta. Desde que saí de São Paulo e fui parar naquela cidade a minha vida tornou-se um saquinho de surpresas. Sempre havia novidades, umas boas outras nem tanto. A começar pela cidade, que era oposto a São Paulo. Uma cidade minúscula, menor que o bairro onde minha família morava, sem asfalto, sem rede de esgoto, sem pontos turísticos. Uma cidade empoeirada, com homens de chapéus montados em seus cavalos circulando pela cidade e famílias empoleiradas nas carroças que vinham dos sítios fazer compras na cidade. Estacionados em frente ao comércio, ao invés de carros, ficavam cavalos, carroças e uns poucos carros. Muito diferente do caos da cidade grande. Eu lembro de que minha irmã me ensinou que as famílias dos sitiantes vinham para a cidade em suas carroças, mas as mulheres que trabalhavam na “casa de tolerância” vinham de charretes. Essas mulheres, de tempos em tempos, saíam do prostíbulo para fazerem compras na cidade. Certa vez eu est