Poda
Hoje comecei a podar os pés de gardênia que floresceram em novembro.
Durante todo o mês de novembro meu jardim ficou florido e perfumado. Com suas
flores brancas e folhas de um verde brilhante e profundo, os pés de gardênia
encantavam a todos. Só que para chegar neste ponto de floração, perfume e
beleza, a planta passou por um longo processo que começou com a poda.
Podar é cortar os galhos débeis, doentes, as ponteiras que
já deram flores e galhos que cresceram demais. Existe a poda de formação, a
poda de limpeza, a poda de florescimento, a poda de adequação e a poda de
reversão. Há também a poda drástica em que elimina mais de um terço do volume
da copa (massa verde). Não vou me aprofundar no assunto porque não sou
especialista em jardinagem.
Depois de podar a planta ela perde toda a beleza, pois boa parte do verde se vai ficando à mostra apenas os galhos que se fortalecerão e então irá
brotar novos galhos e folhas de um verde intenso até chegar o momento de
nascerem os botões e novamente o jardim se abrir em flor.
Eu tinha um enorme pé de manjericão plantado num vaso desde 2006. Da noite para o dia ele amanheceu murcho. Em vinte e quatro horas secou totalmente. O meu vaso com o frondoso manjericão virou saudade. Secou por completo. Fiz uma poda drástica já sem esperança.
Mas depois de um tempo fui olhar o vaso para decidir o que colocar no lugar do falecido manjericão e qual não foi a minha surpresa ao ver pequenas folhas verdes brotando daquela poda drástica. E o mais incrível é que as folhas que nasceram do falecido manjericão eram quatro vezes maiores do que as folhas que surgiram entre 2006 e 2012.
Penso que conosco funciona do mesmo jeito. A vida nos poda.
Ela tira nossos excessos, corta nossos galhos. Perder uma pessoa querida.
Perder o emprego. Perder a empresa. Contrair uma doença. Divorciar-se. Tudo
isso eu chamo de podas. São nossos galhos sendo cortados. E parece que não
vamos conseguir voltar a ser como éramos antes: uma planta frondosa, bonita e
forte.
Mas o tempo vai passando e conseguimos nos recuperar e nos
tornamos mais fortes, mais capazes. Às
vezes é preciso sofrer podas para crescermos mais fortes. Para que dali a algum
tempo possamos gerar bons frutos e flores exuberantes.
Atualmente estou vivendo meu momento de poda, mas sei que
esta poda me deixará muito mais forte, mais exuberante, mais capaz.
E você?
Qual é o seu momento de vida, poda ou plena floração?
Querida Helô, só um início de janeiro, mesmo, pra nos dar um tempinho de ler as postagens de amigos. Você me perguntou e eu respondo: estou em plena floração. Mas também já fui podada - por pessoas, por doença, por perdas significativas e assim vai. Vamos alternando nossos ciclos como a própria natureza o faz. Tenho sentido sua falta... Imaginei que alguma coisa estaria acontecendo... Vou ficar atenta aos seus brotinhos. Beijo!
ResponderExcluirQuerida Helô
ResponderExcluirBelo texto, como sempre! Espero que seus novos brotos surjam logo! A pode é um momento triste, muitas vezes de recolhimento, mas um dia acaba!!! Bjs
Querida amiga virtual Heloiza Helena. Desculpe não ter escrito antes, mas minha poda radical deve ter levado meus neurônios junto. Mas agora, pequenas ramas começam a brotar e comecei a funcionar de novo. Gostei demais de seu texto, muito legal e criativo. Gostaria mesmo de ser seu amigo real. Meu e-mail para contato é heliofariajr@hotmail.com e espero uma mensagem sua. Adoro seus comentários em meu blog, me dão vontade de escrever mais, obrigado!!!
ResponderExcluirObrigada pela mensagem carinhosa Helio. Quem indicou-me o seu blog foi a minha sobrinha Thais, que é sua fiel seguidora. E desde então eu tenho dado minhas espiadinhas, como diria o nosso "filósofo e intelectual" Pedro Bial.
ExcluirQue texto lindo!
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