Osso na garganta
Desabafo.
Eu sempre fui uma pessoa com grande imaginação. Quando
criança eu viajava em meus pensamentos e criava um universo fictício, e adorava
ficar nele.
Conforme crescia fui pegando o gosto pela leitura, e lia de
tudo, autores brasileiros, novelistas estrangeiros, pensadores. Lia tudo o que
passava por minhas mãos. Por sorte, minha irmã mais velha era assinante do
Círculo do Livro, e todo mês havia título novo em casa. Além disso, emprestei
de amigos alguns títulos para devorar. Houve um tempo em que eu preferia ficar
deitada na cama lendo um livro do que com pessoas conversando. Era uma
verdadeira esponja.
De tanto ler e com uma mente imaginativa eu comecei a
escrever pequenos textos, mas não me aventurava a mostrá-los. Nas aulas de
redação sempre tirava boas notas. No cursinho eu adorava fazer redações apenas
para ler os comentários dos professores que as corrigiam.
Com o tempo a vida tomou um rumo em que a escrita ficou de
lado. Casei, tive filhos, abri empresa, fiz faculdade, saí da empresa, e aí
sobrou um tempo extra.
Por causa de uma mensagem enviada à uma amiga relatando uma
aventura em New York minhas filhas e alguns amigos me incentivaram a escrever
crônicas e publicá-la em um blog.
Meio sem fé comecei a escrever e tomei gosto pela coisa. Não escrevo biografias e sim histórias que têm inspiração em
situações acontecidas no passado e também no presente. São lembranças da infância, acontecimentos nas ruas, bairros e cidade temperadas com
humor e ficção.
Infelizmente fui tomada de grande surpresa quando num evento uma
pessoa conhecida se aproximou de mim e disse que pessoas escrevem e publicam
na internet memórias e que elas não deveriam fazer isso, pois estão se expondo, e memórias devem ser guardadas para si.
Na verdade essa conhecida disse muito mais sobre esse assunto, mas não vale a pena repetir. Ela me
deu uma verdadeira aula sobre os perigos de se publicar textos na internet. Eu
entendi claramente que ela estava falando sobre o que eu publicava em meu blog.
Por respeito, eu a ouvi atentamente e não discordei (ou
concordei) em nada do que ela havia falado. Temos que respeitar a opinião do outro. E principalmente pelo fato de quem deu a aula não usar internet. Ao contrário da pessoa que fez a crítica, eu respiro, durmo e acordo com internet desde 1995. Eu
trabalhei com internet e divulgação de informação por meio dela por mais de
quinze anos. Não faria sentido eu querer argumentar com essa pessoa sobre o que
se pode ou não publicar na internet.
Algum tempo depois desse "conselho", eu soube que, não contente em me passar uma mensagem
subliminar e dar uma explanação sobre a importância de não expor memórias na
internet, ela falou para um grupo de pessoas que o que eu escrevia no blog não
era verdade.
Para escrever o autor usa a memória passada e o cotidiano como combustível em suas criações. Ou será que “os maravilhosos livros” que ela lê os autores não usaram fragmentos de memória na construção dos personagens e desenrolar da história?
Como já se sabia desde os tempos de Jesus “Santo de casa não faz milagres.”
Nem comento pra não jogar minha raiva no ventilador...
ResponderExcluirEntendo vc.....bjs.
ResponderExcluirTenso em Helô. Deixa prá lá, escreva mais e mais, adoro seus textos.
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